Mas será seguro construir uma casa com uma “impressora” 3D?
A construção de casas com impressão 3D está a ganhar força em Portugal, sendo promovida por empresas como a Havelar ou a COBOD. Mas será que este método inovador de construção é realmente seguro? E quais são as vantagens e desafios associados à impressão 3D no setor imobiliário?
Casas em 3D
Tal como temos visto, já existem empresas que orientam os seus esforços para investir na construção de casas com recurso a impressoras 3D. Este método permite imprimir as paredes de betão de uma casa em apenas 18 horas. Depois disso, a montagem das portas, janelas, e módulos pré-fabricados de cozinhas e casas de banho leva cerca de duas semanas. O resultado? Uma casa pronta a habitar em muito menos tempo que as construções tradicionais.
Casas construídas com impressão 3D são três vezes mais baratas e até 70% mais rápidas de montar. O processo permite também uma grande flexibilidade no design e no tamanho da casa, adaptando-se às necessidades do comprador e das condições do terreno.
Segurança e sustentabilidade
Uma questão que surge frequentemente é: são estas casas tão seguras quanto as construções tradicionais? A resposta, segundo os especialistas, é sim. As casas impressas em 3D têm a mesma resistência e durabilidade que as casas de betão tradicionais, garantindo segurança sísmica e proteção contra intempéries.
Além disso, o material utilizado (betão) tem avançado bastante no sentido de reduzir a pegada carbónica. A Havelar está a trabalhar para que, até 2030, as suas casas sejam neutras em carbono. E, numa perspetiva de construção sustentável, a empresa está a estudar a utilização de materiais alternativos, como lama, argila e palha, que podem contribuir para uma construção ainda mais ecológica.
Vantagens e desafios para investidores
Para os promotores imobiliários, a impressão 3D oferece uma oportunidade de escala. Com a capacidade de construir até 50 casas por ano (e com planos de expansão), esta tecnologia pode ser uma solução para a crise de habitação em Portugal, permitindo construir casas acessíveis e com um design apelativo em tempo recorde.
No entanto, a impressão 3D ainda não é amplamente adotada e existem desafios. A escala é um fator importante: para que a impressão 3D seja financeiramente viável, projetos de maior dimensão são necessários.
Outro desafio é a logística, já que a impressora 3D deve ser transportada para o local de construção. O tempo necessário para a logística, transporte e impressão precisa ser considerado pelos investidores ao planearem os seus projetos.
Conclusão
Para investidores imobiliários e promotores, a impressão 3D representa uma nova e promissora fronteira na construção. A possibilidade de construir de forma rápida, acessível e sustentável atrai cada vez mais atenções. No entanto, como qualquer nova tecnologia, há desafios a superar, nomeadamente na logística e na escalabilidade dos projetos.
Ainda assim, empresas como a Havelar ou a COBOD estão a dar passos significativos para que esta tecnologia se torne uma solução viável para a crise de habitação em Portugal. Com a possibilidade de construir casas de alta qualidade, em menos tempo e com menores custos, a impressão 3D tem o potencial de revolucionar o setor imobiliário. E, quem sabe, em breve poderemos ver bairros inteiros construídos através desta tecnologia.